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Mitos sobre Autismo.

  • jucelissgpsicologa
  • 28 de abr. de 2018
  • 4 min de leitura

Matéria completa pode ser vista no VivaBem da Uol :

Fonte: https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/28/vacina-causa-autismo-todo-autista-e-genio-veja-mitos-sobre-a-condicao.htm

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que acomete cerca de 70 milhões de pessoas no mundo. Por envolver diversos fatores e um amplo espectro, é muito comum a disseminação de estereótipos a respeito do assunto. A seguir, acabamos com alguns mitos para você compreender melhor o autismo.

1. Vacinas causam autismo

A ideia de que as vacinas causam autismo é um dos maiores mitos que circularam a respeito do distúrbio. A teoria teve sua origem em 1998, quando o médico britânico Andrew Wakefield publicou um estudo em uma renomada revista científica, que sugeriu uma correlação entre a vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e o TEA. Segundo o biólogo molecular Alysson Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia (EUA), a publicação teve grande repercussão e muitos pesquisadores começaram a investigar a veracidade daquelas informações. Mais tarde, foi descoberto que Wakefield havia falsificado dados da pesquisa, e novos estudos comprovaram que a vacina não provoca autismo.

2 – Todo Autista é um Gênio

Muitos acreditam que todas as pessoas com um grau leve de TEA possuem uma inteligência acima da média --o que pode acabar gerando uma falsa expectativa e uma exclusão daqueles que não possuem essas habilidades. A psicóloga Cintia Duarte, doutora em distúrbios do desenvolvimento e pesquisadora do Laboratório de Transtornos do Espectro do Autismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, esclarece que receber um diagnóstico de autismo leve não significa necessariamente que a pessoa será um "gênio". “Há um quadro caracterizado como Síndrome de Savant, que só ocorre em aproximadamente 10% das pessoas com TEA e consiste no desenvolvimento de uma habilidade específica muito acima da média, mas em meio a um funcionamento cognitivo rebaixado”, explica a especialista. Essas habilidades normalmente estão relacionadas ao cálculo, à memorização, à aptidão para música e a artes em geral. Além disso, existem as chamadas ilhas de habilidade. Segundo a psiquiatra Rosa Morais, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, as pessoas com autismo podem desenvolver interesses específicos (por dinossauros, planetas ou aviões, por exemplo) e se destacarem nessas áreas de conhecimento. “Outra característica é o Alguns autistas desenvolvem interesses e se destacam em certas áreas de conhecimento, mas isso não é regra os autistas têm uma maneira muito concreta de interpretar a realidade, o que traz facilidade para matérias que envolvam lógica”, conclui a médica.

3. Autistas não são carinhosos

Outro mito sobre as pessoas com autismo é que elas não sentem empatia, não gostam de afeto ou não são carinhosas. Na realidade, o cérebro dos autistas é diferente de um cérebro neurotípico, e determinadas áreas --como a amígdala, responsável pelas emoções -- não se formam corretamente, tendo assim um funcionamento atípico. “Isso não quer dizer que pessoas com autismo não gostam de se relacionar, elas apenas não sabem como fazê-lo. Precisamos ensinar o caminho para que essas relações ocorram de maneira mais efetiva e adequada, considerando que, para eles, essa compreensão não acontece naturalmente”, explica a psicóloga Cintia Duarte.

4. Os movimentos repetitivos precisam ser impedidos

Realizar movimentos repetitivos, as chamadas estereotipias, é uma das características das pessoas com autismo. Em geral, alguns pais enxergam essa prática como algo negativo e repreendem o filho. No entanto, Duarte explica que, em muitos casos, as estereotipias podem funcionar como comportamentos autorregulatórios e ser necessárias para a reorganização do indivíduo com o transtorno. “Simplesmente bloqueá-las pode fazer com que outras surjam. Ou pode resultar em mais desorganização, do ponto de vista sensorial. É necessário intervir visando a diminuição da frequência e intensidade desses comportamentos somente quando eles comprometem a execução de tarefas necessárias do dia a dia”, diz Duarte.

5. O transtorno era mais raro no passado

Nos últimos anos, os casos diagnosticados de autismo aumentaram de uma a cada 100 crianças para uma a cada 68, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Ao contrário do que muitos acreditam, o autismo não era um transtorno raro antigamente e os casos aumentaram devido a fatores como poluição, alimentação, vacinas etc. Na verdade, o que aconteceu foi o aprimoramento dos métodos de diagnóstico. Os critérios clínicos se modificaram, possibilitando a identificação de quadros mais leves, que antes passavam despercebidos --por esse motivo, muitas pessoas descobrem o autismo leve apenas na fase adulta. Além disso, com os avanços nos estudos relacionados ao TEA, tem sido possível realizar o diagnóstico cada vez mais cedo. A tecnologia Eye Tracking (rastreamento do olhar), por exemplo, que está sendo estudada pelo psicólogo brasileiro Ami Klin, diretor do Marcus Autism Center, em Atlanta (EUA), possibilita rastrear para onde o bebê está olhando. A técnica poderia ser usada em crianças a partir dos seis meses de idade e indicar quais tendem a olhar mais para objetos, uma característica do que pode identificar o autismo.

6. Há tratamentos capazes de curar o autismo

É frequente a divulgação de falsos --e às vezes perigosos -- tratamentos “milagrosos”, que prometem solucionar o transtorno. Porém, é importante esclarecer que a ciência não descobriu realmente uma cura para o autismo, visto que a condição é fruto de múltiplos fatores. Um dos casos mais conhecidos é o “Miracle Mineral Solution” (MMS), que tem sido propagado como uma cura para autismo e outras doenças como câncer e AIDS. Tratase de uma solução aquosa composta por 28% de hipoclorito de sódio, frequentemente utilizado em desinfetantes e alvejantes. O consumo dessa substância pode provocar náuseas, vômito, desidratação e até mesmo problemas fatais de insuficiência renal. A psiquiatra Rosa Morais explica que, atualmente, a teoria que oferece a base científica mais confiável para o tratamento de autismo é a Análise Aplicada do Comportamento, com um acompanhamento que deve ser multidisciplinar. Quanto ao uso de medicamentos, ela esclarece que o alvo não é o transtorno em si, e sim as comorbidades que o acompanham e podem trazer perdas para o indivíduo. “O objetivo da intervenção não é a cura, é oferecer as condições para que esse indivíduo seja independente ou o mais próximo disso possível”, conclui.


 
 
 

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